quinta-feira, 14 de maio de 2015

“L’Intégrale Marshal Blueberry”

Capa do estojo de “L’Intégrale Marshal Blueberry”.

Ficha técnica

“L’Intégrale Marshal Blueberry” (1)
Roteiros: Jean Giraud
Desenhos e capas: William Vance; Michel Rouge (2)
Cores: Petra; Scarlett Smulkowski (3)
Adaptação: Thierry Smolderen (4)
Volume: 1, 2 e 3
Data de publicação: setembro de 2000
Número de pranchas: 134 (5)
Gênero: Western
Formato: 22,5x29,8 cm (álbum); 22,9x31,2x3,0 cm (estojo)
Público: Adolescente/adulto – a partir de 12 anos
Dargaud Éditeur, Paris, França

A série “Blueberry” foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.

N. C.: 1) “L’Intégrale Marshal Blueberry”: estojo com os três álbuns da série “Marshal Blueberry” - “Sur ordre de Washington”, “Mission Sherman” e “Frontière sanglante” - e um suplemento. 2) Desenhos e capas: William Vance: volumes 1 e 2; Michel Rouge: volume 3. 3) Cores: Petra: volumes 1 e 2; Scarlett Smulkowski: volume 3. 4) Adaptação de Thierry Smolderen: volume 2. 5) Número de pranchas: 134 (volume 1: 44; volume 2: 44; volume 3: 46).


As capas dos três álbuns da série “Marshal Blueberry” que compõem “L’Intégrale Marshal Blueberry”


 



Capa do suplemento de “L’Intégrale Marshal Blueberry”.

Suplemento de “L’Intégrale Marshal Blueberry”
Textos e desenhos: William Vance, Jean Giraud e Michel Rouge
Capa: William Vance
Ilustrações: em preto e branco e em cores
Data de publicação: setembro de 2000
Número de páginas: 8 (incluindo capa e contracapa)
Gênero: Western
Formato: 22,5x29,6 cm
Público: Adolescente/adulto – a partir de 12 anos
Dargaud Éditeur, Paris, França
Contracapa: ilustração de Blueberry, por Michel Rouge, e de Tess Bonaventura, por William Vance, acima do expediente da publicação:
Ilustrações: © Vance-Giraud-Rouge
Concepção: Frank Bruneau
Realização: Studio Dargaud
Agradecimentos: Corentin Rouge, Gaëlle Dufour, Isabelle Giraud, Schlirf Book.
SUPLEMENTO DO ESTOJO L’INTÉGRALE MARSHAL BLUEBERRY


A ilustração da capa do suplemento. Marshal Blueberry por William Vance.


Os textos do suplemento:


William Vance      

Eu tenho feito westerns no começo, quando eu estava na editora Lombard, eu falo dos anos 1965-1969. Foi o primeiro “Ringo”, “La Piste de Santa Fé”.

Eu via Blueberry no Arizona nevado. Eu tinha bastante documentos, foi por isso que, quando me têm proposto “Marshal”, eu me disse “porque não o desenhar nesse ambiente”. Eu tinha então adquirido muito mais experiência...

É no fundo dois estilos realistas, mas não se pode dizer que eles sejam similares.

Blueberry me agradou bastante, pois é o tipo de fisionomia, como XIII, Bruce Hawker, que eu amo desenhar, os sujeitos musculosos, muito duros... Existe a ação que se passa entorno dele...

Infelizmente, por razões de trabalho e de saúde, eu não pude terminar o terceiro álbum, é muito frustrante, eu não tenho, lamentavelmente, mais que uma mão!



Jean Giraud              .

Para mim, o falecimento de Jean-Michel Charlier é um desastre. É um desastre ao nível humano. Ao nível puramente roteirístico, o falecimento de Jean-Michel é completamente poético, é um ato inconsciente de angelização, ele olha para mim, diante de nossa criação comum, ele me disse: “Vai, agora! Tua vez de jogar!”

“Logo, eu me disse que a herança de Jean-Michel era uma biografia.”

Eu tenho descoberto o prazer de contar ou de tentar contar uma história. É ao mesmo tempo um sofrimento. Minhas primeiras estreias no ofício são feitas com histórias pessoais. Eu já tinha degustado essa mistura deliciosa de angústia e de êxtase... É uma experiência quase mística.

Através de Mœbius, eu tenho adquirido uma reputação de “desfazedor” de histórias. Eu chego a fazer do roteiro um pouco estranho, contemporâneo, mas é sempre na dinâmica do desenho. Eu conto as histórias desenhando. Mas “Blueberry” não é isso! É a tradição dos grandes clássicos seriados, que, graças ao talento de Jean-Michel, alcança uma qualidade soberba.

Eu tenho sempre concebido que era necessário ter certa liberdade na paginação, que era verdadeiramente uma condição de uma história em quadrinhos adulta. É isso que eu tinha feito em Le Garage hermétique e eu penso que é alguma coisa que deve poder se fazer não importa em qual história.

Minha primeira experiência de roteirização escrita é feita com “Little Nemo”. Eu tinha escrito duas versões do filme que, mais tarde, foram adaptadas para a história em quadrinhos sob os títulos de “Le Bon Roi” e “Le Mauvais Roi”.

Eu tenho descoberto o prazer de fazer a história em quadrinhos com as palavras.

Através de “Arizona Love”, há, da parte de Blueberry, uma tentativa de tomar em carga sua própria vida, (a um nível não negligenciável que é aquele das emoções), de escolher uma mulher... Felizmente, Chihuahua Pearl recusa e o retorna a seu destino que é de vagar, na mais pura tradição dos heróis. Jean-Michel propulsa realmente Blueberry

nesse mito trágico do aventureiro solitário, sem ilusões, nem esperança.

Em “Marshal”, eu tenho impulsionado um pouco a parte sexual, existe uma verdadeira história amorosa. Se não o mostra fazendo amor, mas se o vê antes e depois. Na relação sexual, se pode trazer do significante.

Blueberry não tem vocação em empurrar as consciências.

Eu tenho prazer em contar as histórias, mas eu não sei aquilo que elas querem dizer. Eu não tenho mensagem, nem metafísica, nem humanitária, nem nada. Aquilo que me apraz, é de funcionar de maneira infantil. Eu não sei se é bem ou mal, mas eu não quero me forçar jogando um jogo que não é o meu.



Michel Rouge     .

Eu tenho encontrado Jean Giraud por intermédio de “Métal Hurlant” onde ele tinha visto minhas pranchas. Ele me tem proposto de ir trabalhar com ele. Ele vivia então, nos Pireneus, em um cenário que evocava o Canadá.

Em “La Longue Marche”, eu tenho aprendido a me servir do pincel, a tintar no espaço... Aquilo foi uma experiência de aprendizagem direta.

Lendo “Blueberry”, se tem sensação real de percorrer o espaço... Há em Giraud uma ciência do corte que exprime toda a inteligência da relação espaço/tempo.

Com “Marshal Blueberry”, eu tenho devido reaprender a executar o pincel, me deixar surpreender pela alegria do desenho.

Eu tenho reinventado todo um universo que me era familiar. Paradoxal! Não!?

A história em quadrinhos é um ofício moderno que corresponde bem à época contemporânea.


O mundo que nos cerca exige que se seja a seu serviço. Agora se pode também tomar do prazer em jogar com ele... ...é isso que eu tenho fazer com esse ofício!


“L’Intégrale Marshal Blueberry” em minha BDteca/gibiteca.


Fontes das imagens: Bedetheque: as capas do estojo e do suplemento do integral e do volume 3 de “Marshal Blueberry”. Dargaud Éditeur: as capas dos volumes 1 e 2 de “Marshal Blueberry”, que, juntamente com o volume 3, compõem o integral. Afrânio Braga: o integral em sua BBteca.

L’Intégrale Marshal Blueberry © Jean Giraud, William Vance, Michel Rouge, Dargaud Éditeur 2000


Afrânio Braga


Nenhum comentário:

Postar um comentário